quarta-feira, 19 de novembro de 2008

aspectos e impactos ambientais gerados em salões de embelezamento

Trabalho de conclusão de curso, apresentado como requisito parcial de avaliação de curso Técnico em Meio Ambiente, oferecido pelo Colégio Barbosa Ferraz, sob orientação das professoras Vânia Senna e Rafaela Jorge.

aluna: Carla Rosâna Maia Belmont Rapozo Giglio


1.0 - INTRODUÇÃO

Tudo tem um começo, isso não seria diferente com a beleza. Apresenta-se a seguir, um breve histórico das origens dos salões de beleza, para que se tenha uma noção de a quanto tempo o ser humano vem produzindo resíduos sólidos em nome da beleza.
Os pós faciais, que surgiram em 4 000 a.C. na antiga Grécia, estes tinham uma grande quantidade de chumbo em sua composição e chegaram a causar várias mortes prematuras.
O rouge era um pouco mais seguro. Embora fosse feito com amoras e algas marinhas, substâncias naturais, sua côr era extraída do cinabre (sulfeto de mercúrio), um mineral vermelho. O mesmo rouge era usado nos lábios, como batom, onde era mais facilmente ingerido e também causava envenenamento.
Em 1372 a.C quando a rainha Nefertiti se casou com o faraó Amenófis IV, a mulher egípcia se lavava toda manhã com água e carbonato de cal e esfregava o corpo com uma pasta de argila retirada do lodo do rio Nilo para manter a pele jovem. Os olhos eram maquiados com kajal, como se pode ver nas gravuras e nas estátuas.
Constata-se que desde o inicio o meio ambiente já sofria algum tipo de agressão, uma vez que os materiais eram retirados do mesmo.
Quando se chega à idade média as mulheres e alguns homens começam a ostentar uma testa grande e cabelos louros. A mulher da Idade Média usava ingredientes como sulfureto de arsênico, cal viva, ungüentos (medicamento cuja base é gordura) feitos de cinza de ouriço, sangue de morcego, asas de abelha, mercúrio e baba de lesma para depilar, polir e branquear a testa, e de cocção de lagartos verdes no óleo de noz e enxofre para clarear as madeixas.
Esta prática foi usada até o surgimento das primeiras tinturas para coloração dos cabelos que ocorre por volta de 1909 anos que surge a primeira tentativa bem sucedida de desenvolver uma tintura de cabelo. Conforme Revista Galileu.
A primeira tentativa bem-sucedida de desenvolver uma tinta para cabelos, foi feita em 1909 pelo químico francês Eugène Schueller. Baseando sua fórmula num novo componente químico, a paraphenylenediamine, ele fundou a Fábrica de Tinturas para Cabelos Inofensiva. Um ano depois, Schueller escolheu um nome mais glamuroso para sua empresa: L'Oréal. Sua tintura mais famosa, Imedia, apareceu em 1927.

Outra prática comum foi a pintura de unhas que nasceu na China, no século III a.C. As cores do esmalte indicavam a classe social do indivíduo. Os primeiros eram feitos de goma arábica, clara de ovo, gelatina e cera de abelha. Os reis pintavam as unhas com as cores preta e vermelha, depois substituídas pelo dourado e pelo prateado. No Egito antigo, a tradição se repetiu.
O primeiro tipo de detergente que se tornaria o atual xampu foi produzido na Alemanha em 1890. Apenas depois da Primeira Guerra Mundial ele começou a ser oferecido comercialmente como um produto para a limpeza dos cabelos.
Percebe-se que o ser humano em nome da beleza já produziu uma grande quantidade de resíduos sólidos, resíduos estes que afetam o meio ambiente, porém é só no século XX que esta agressão começa a tomar proporções mundiais, uma vez que novos produtos são criados em todas as partes do mundo.
Produtos estes que agora passa a usar metais pesados tanto na fabricação como na composição das tinturas, dos esmaltes, xampus e outros. Neide Campos / Ambiente Brasil comenta sobre as tinturas de cabelo:
As tinturas são passíveis de contaminação que podem levar ao desenvolvimento de doenças desencadeadas por microorganismos patogênicos ou suas toxinas, afetando a saúde humana. Exames microscópicos e microbiológicos refletem as condições higiênicas que envolvem a produção, armazenamento, transporte e manuseio para elucidar a ocorrência de enfermidades transmitidas por tinturas capilares e outros tipos de cosméticos. Quando identificados, os problemas podem ser minimizados através de sistemático controle de qualidade e programas de educação sanitária. Os metais fazem parte da composição das tinturas, pois são utilizados na produção de pigmentos Este ensaio visa determinar a quantidade de metais pesados (arsênio, cádmio e chumbo) encontrados nas amostras de tinturas capilares.
Percebe-se com este breve histórico das origens dos salões de beleza, que em nome da beleza as pessoas tem se esquecido do meio ambiente em que vivem e de si próprias, e durante muitos anos, vem poluindo com resíduos sólidos este meio e trazendo problemas sérios. Problemas estes que serão apresentados a seguir.


2.0 – OBJETIVO

O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre os impactos ambientais provocados pelos salões de embelezamento encontrados em todo o mundo, os perigos de contaminação pelo mal uso e mal acondicionamento dos resíduos, tanto nas pessoas quanto no meio ambiente ; minimizar impactos, reciclar, reutilizar e reduzir a produção de resíduos.



3.0 – CARACTERIZAÇÃO DOS RESIDUOS SOLIDOS GERADOS POR UM SALÃO DE EMBELEZAMENTO.
Resíduos sólidos são definidos como o conjunto dos produtos não aproveitados das atividades humanas (domésticas, comerciais, industriais, de serviços de saúde) ou aqueles gerados pela natureza, como folhas, galhos, terra, areia, que são retirados das ruas e logradouros pela operação de varrição e enviados para os locais de destinação ou tratamento.
Também pode ser definido como: Restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Normalmente, apresentam- se sob estado sólido, semi-sólido ou semi-líquido.
Uma vez visto o significado de resíduo sólido, passaremos a destacar os mais produzidos nos salões de embelezamento.
São vários os resíduos sólidos gerados por um salão de beleza. Pretende-se então apresentar os mais prejudiciais e comuns, entre eles: Embalagens plásticas e metálicas, tinturas de cabelo, lixas de unhas, xampus, algodão, cabelo, etc.
Começando-se pelas embalagens, basta entrar em um salão de beleza e já verifica-se uma quantidade enorme de embalagens vazias e mal acondicionadas, bem como na maioria das vezes sendo jogadas no meio ambiente sem cuidado algum.
Sabe-se que o plástico demora mais de 100 anos para se decompor e que causa sérios danos ao meio ambiente como diz Mauricio Waldman Dan sobre a embalagem plástica:

Sua invenção data de 1862 e foi uma revolução para o comércio por sua praticidade e por ser barata. Apesar de antiga a invenção veio explodir no Brasil a partir da década de 80, contribuindo para a filosofia do "tudo descartável". Mas agora sabemos (e os Europeus já sabem há um bom tempo) que elas são um dos grandes vilões do meio ambiente e apenas agora nos demos conta disto, bem como várias outras coisas que antes utilizávamos sem nenhum peso na consciência.

E Mauricio W. Dan ainda fala sobre o porquê as embalagens plásticas são prejudiciais ao meio ambiente:
Bem, em primeiro lugar a embalagem plástica é um derivado do petróleo, substância não renovável, feita de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD) e sua degradação no ambiente pode levar séculos, ou seja, seu tataraneto pode no futuro se deparar as embalagens que você jogou fora hoje. No Brasil aproximadamente 9,7% de todo o lixo é composto embalagens plásticas, além disso, a produção do plástico é ambientalmente nociva. Para produzir uma tonelada de plástico são necessários 1.140 kw/hora (esta energia daria para manter aproximadamente 7600 residências iluminadas com lâmpadas econômicas por 1 hora), sem contar a água utilizada no processo e os dejetos resultantes.


Outros dados alarmantes sobre as embalagens plásticas são a de que atualmente o consumo per capita de plástico está em 22,5 quilos por ano. Há dez anos era de apenas 11,9 quilos. E que o lixo brasileiro contém de 5 a 10% de plásticos.
Outros resíduos são jogados no meio ambiente também através das tinturas de cabelo utilizadas. Os metais pesados fazem parte da composição das tinturas, pois são utilizados na produção de pigmentos. Entre eles os que se destacam são o Cádmio, crômio e o chumbo.


Em relação aos perigos destes metais pesados e de como eles afetam o meio ambiente o site Centro Vegetariano afirma:
O perigo está no solo, na água e no ar. Quando absorvidos pelo ser humano, os metais pesados (elementos de elevado peso molecular) depositam-se no tecido ósseo e gorduroso e deslocam minerais nobres dos ossos e músculos para a circulação.Esse processo provoca doenças.A ingestão de animais significa um risco acrescido de contaminação, visto que a probabilidade destes terem acumulado produtos nocivos ao longo da sua vida é bem maior do que a de encontrar produtos vegetais nas mesmas condições.O consumo habitual de água e alimentos - como peixes de água doce ou do mar - contaminados com metais pesados coloca em risco a saúde.

Nota-se que os impactos ambientais provocados pelas tinturas de cabelo são vários e entre eles esta o impacto no solo como afirma o site Ajuda Brasil:
O acúmulo de metais pesados altera a química e biologia dos solos e afeta a saúde de plantas e animais. Os metais entram na alimentação humana por meio do consumo de carne, leite e peixes, causando sérios problemas à saúde.

Define-se como poluição qualquer alteração física, química ou biológica que produza modificação no ciclo biológico normal, interferindo na composição da fauna e da flora do meio.
A poluição aquática, uma das mais sérias, provoca mudanças nas características físicas, químicas e biológicas das águas, as quais interferem na sua qualidade, impossibilitando o seu uso para o consumo humano.
Alguns metais pesados são substâncias altamente tóxicas e não são compatíveis com a maioria dos tratamentos biológicos de efluentes existentes. Dessa forma, efluentes contendo esses metais não devem ser descartados na rede pública, para tratamento em conjunto com o esgoto doméstico.
Os metais pesados presentes nos efluentes industriais reduzem a capacidade auto depurativa das águas, devido à ação tóxica que eles exercem sobre os microorganismos. Esses microorganismos são os responsáveis pela recuperação das águas, através da decomposição dos materiais orgânicos que nelas são lançados. Com isso, ocorre um aumento na demanda bioquímica de oxigênio (DBO), caracterizando um processo de eutrofização.
Sobre os impactos ao meio ambiente provocado pelos metais pesados, mais comuns encontrados nas tinturas de cabelo apresenta-se o quadro a seguir:
Metal
Chumbo
Crómio
Cádmio


Efeito na saúde
Provoca alterações no sangue e na urina, ocasionando doenças graves e em alguns casos, invalidez total e irreversível. Ocasiona problemas respiratórios.
Provoca alterações renais e neurológicas. As principais alterações são no desenvolvimento cerebral das crianças, podendo provocar o idiotismo.
Apesar de menos agressivo na água do que no ar, depositado nos ossos, musculaturas, nervos e rins, provoca estado de agitação, epilepsia, tremores, perda da capacidade intelectual e anemia.
Afeta o sistema nervoso central, provocando lesões no córtex e na capa granular do cérebro.
Alterações em órgãos do sistema cardiovascular.
Acumula-se no sistema nervoso, principalmente no cérebro, medula e rins. Provoca perda de coordenação dos movimentos, dificuldade no falar, comer e ouvir, além de atrofia e lesões renais, urogenital e endócrino.
Provoca alterações no sistema nervoso central e no sistema respiratório. Compromete ossos e rins. Ocasiona edema pulmonar, câncer pulmonar e irritação no trato respiratório. Analogamente ao mercúrio afeta o sistema nervoso e os rins. Provoca perda de olfato, formação de um anel amarelo no colo dos dentes, redução na produção de glóbulos vermelhos e remoção de cálcio dos ossos.

Efeito no meio ambiente
Polui o solo, a água e o ar e desta forma contamina os organismos vivos, devido a seu efeito bioacumulativo, em toda a cadeia alimentar (trófica).
É absorvido pelos organismos vivos e vai-se acumulando de forma contínua durante toda a vida. Pela contaminação da água ou do solo, entra com facilidade na cadeia alimentar, representando um perigo para o homem que se alimenta de peixes ou aves dessas áreas.
Contamina o solo, o ar, a água e o lençol freático.
É bioacumulativo em toda a cadeia alimentar (trófica), provocando intoxicação nos seres humanos quando ingerirem peixes contaminados com cádmio.
Outro resíduo produzido pelos salões de embelezamento são os conhecidos “paus de laranjeira”, utilizados para acabamento das unhas pintadas. Mesmo sendo de madeira, muitas vezes de origem comprovada (matas legais), a quantidade usada é muito grande.
Um salão usa em média 10 destes palitos por dia, o que somando no final de um ano alcança a marca de 3.365 por ano. Multiplicando-se pela quantidade de salões existente. É uma grande quantidade.
Além do fato de serem de madeira, eles contaminam o meio ambiente com as bactérias que provocam doenças na pele do ser humano.
Outro resíduo muito comum é o algodão juntamente com a acetona usado na remoção dos esmaltes de unhas. Todos os salões de embelezamento possuem uma ou mais manicures, que por sua vez fazem uso indiscriminado destes dois elementos.
O primeiro é o algodão que é a fibra de maior relevância na produção têxtil mundial, por volta de 47% dos têxteis do mundo contém algodão, segundo dados da Organic Exchange.
O algodão é conhecido como uma fibra natural porque vem do cultivo da terra. Apesar de o algodão ser considerado uma fibra natural, sua produção é uma das culturas que mais polui a natureza, pois é uma das maiores consumidoras mundial de agrotóxicos que são substâncias químicas, derivadas do petróleo, que poluem o solo, o ar, a terra, a biodiversidade e contaminam a saúde dos agricultores e dos consumidores.
Já a acetona (CH3)2CO é freqüentemente o componente primário (ou único) na remoção de esmalte de unha. Os impactos ambientais provocados por ela no Ar são os vapores do produto que reduzem a concentração do oxigênio no ar tornando o ambiente asfixiante e extremamente explosivo.

Na água a acetona é biodegradada lentamente. Enquanto no solo, poderá em parte ser evaporado e em parte ser lixiviado, e percolar e contaminar o lençol freático. Como é miscível com a água ela não é absorvido pelo solo.

Percebe-se que o uso indiscriminado tanto do algodão como da acetona pode provocar sérios problemas ao ser humano bem como diretamente no meio ambiente. Sabe-se que muito tem-se feito para que isso mude, temos o exemplo do algodão orgânico, que usa muito menos agrotóxico.

Como substituto da acetona algumas empresas tem usado uma mistura mais diluída do produto, diminuindo assim o seu impacto ambiental.

Outro resíduo produzido pelos salões de embelezamento é o cabelo. O mesmo é considerado resíduo orgânico e que não provoca danos no meio ambiente. Porém sabe-se que as maiorias dos cabelos que são cortados nos salões estão empregnados de produtos químicos, conforme citou-se acima.

Por isso deve-se tratar este resíduo com muito cuidado, dando a ele uma origem segura e não o descartando em qualquer lugar.

Constata-se também nos salões de embelezamento modernos a aplicação das chamadas escovas progressivas, que a primeira vista parecem inofensivas, mas os produtos químicos usados para realizá-las são altamente tóxicos. Entre os produtos encontrados nestas escovas progressivas o mais danoso é o formol, que pode em contato com o ser humano causar, irritação à pele, com vermelhidão, dor e queimaduras, dor nos olhos, lacrimação e visão embaçada.

Em alguns casos de inalação pode causar câncer no aparelho respiratório. Pode causar dor de garganta, irritação do nariz, tosse, diminuição da freqüência respiratória, irritação e sensibilização do trato respiratório. Pode também ainda causar graves ferimentos nas vias respiratórias, levando ao edema pulmonar e pneumonia.

Segundo a Diretora da Vigilância Sanitária de Pinhais, Cristiane da Conceição de Barros.
Grande parte dos métodos normalmente utilizados para o alisamento de cabelo não são registrados no Ministério da Saúde e na Anvisa.

Percebe-se claramente que um salão de embelezamento gera muitos resíduos como vimos anteriormente, mas não se pode esquecer que também existem os resíduos considerados resíduos infectantes.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em sua NBR 12.807/93, define resíduo infectante como aquele gerado em serviço de saúde que, por suas características de maior virulência, infectividade e concentração de patógenos, apresentam risco potencial adicional à saúde pública.
De acordo com essa definição, pode-se afirmar que umas frações dos resíduos sólidos produzidos pelos salões de embelezamento sejam compostas por resíduos infectantes também, uma vez que plásticos de depilação, algodão e o pau de laranjeira estão presentes. Esses resíduos contêm alta concentração de microrganismos, de diferentes níveis de virulência e grau de infectividade.


4.0 – CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS DE ACORDO COM O CONAMA.
Uma vez apresentados os resíduos mais comuns produzidos no salão de embelezamento, precisa-se definir o manejo destes resíduos que é a ação de gerenciar estes resíduos desde a sua produção até seu destino final.
Em 2003, a RDC nº. 33 da ANVISA modifica a classificação dos resíduos em 5 grupos. Em 2004, entra em vigor a RDC nº. 306, harmonizando os princípios contemplados entre CONAMA n° 283/2001 (Brasil, 2001) e RDC n°33/2003 (Brasil, 2003). A Resolução apresenta a classificação dos resíduos em cinco grupos definido-os em: Grupos A , B , C , D e E . No salão de embelezamento considera-se apenas 04 grupos:
4.1 - Classificação
Grupo A: Resíduos infectantes que apresentam risco potencial a saúde publica e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos. Resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos (neste caso as cutículas retiradas, algodão com resíduo de sangue e folhas plásticas utilizadas na depilação).

Grupo B: Resíduos químicos. São os que apresentam risco em potencial à saúde publica e ao meio ambiente devido as suas características químicas. Resíduos contendo substancias químicas. Nesse grupo temos: bisnagas de tinturas, embalagens plásticas com produtos químicos, papel alumínio usado para tintura de cabelo, vidros de esmalte, spray e acetona.
Grupo D: Resíduos comuns que são os que não apresentam riscos biológicos, químicos ou radiológicos à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domésticos. São eles: Copos descartáveis, papéis em geral, restos de cabelos, embalagem de xampu, lixas, papel higiênico e absorventes.

Grupo E: Material perfurocortante ou escarificante. Tais como refis de navalhas, pinças, tesouras.
Verifica-se na divisão anteriormente citada que todos os resíduos sólidos de um salão de embelezamento precisam receber um tratamento diferenciado e para que isso ocorra alguns passos são necessários.

4.2 - Tratamento dado aos resíduos.

Inicia-se pela segregação que é a separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas e seu estado físico.
Depois o acondicionamento, que consiste em embalar os resíduos segregados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de ruptura. E por fim precisa-se identificar, ou seja, tomar medidas que permita o reconhecimento dos resíduos contidos nos recipientes utilizados.

Dentro da segregação, é muito importante que ela seja feita de forma correta uma vez que é a partir dela que o gerenciamento dos resíduos começa. Sem uma boa segregação corre-se o risco de se continuar a fazer o que é feito hoje em dia, ou seja, os resíduos não sendo separados. Sobre a importância da segregação o CONAMA afirma:
Resolução CONAMA nº05/93 estabelece que o gerador seja responsável pelo gerenciamento de seus resíduos sólidos desde a geração até a disposição final, de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde pública. Nesse contexto, a segregação dos resíduos na origem é de grande importância, já que racionaliza os recursos, possibilitando tratamento específico e de acordo com as necessidades de cada categoria.
A doutora Rosane Regina Pilger, Especialista em Gestão da Qualidade do Ambiente e Materiais (PPGEAM-ULBRA) afirma que:
A segregação na origem possibilita a reciclagem e o reuso de determinados tipos de resíduos, propiciando a minimização dos resíduos a serem dispostos na natureza. Portanto, a segregação adequada, no local de geração, permite diminuir o volume de resíduos que necessitam de um manejo especial, diminuindo também os custos com o tratamento.

Uma vez feita uma boa segregação, inicia-se o acondicionamento, que uma vez bem realizado vai facilitar o manejo e a destinação dos resíduos. Este acondicionamento dentro de um salão de embelezamento pode ser realizado da seguinte maneira:

4.3 - Destinação dos resíduos
Grupo D (lixo comum): lixeiras acionada a pedal com saco preto para acondicionamento e identificada.
Grupo E (perfurocortantes): caixa rígida, resistente a punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificada.
Grupo B (químico): Lixeira acionada por pedal com saco verde e identificada.
Grupo A (infectantes): lixeira com pedal com saco branco leitoso e identificada.

Feito o acondicionamento precisa-se promover a identificação destes resíduos, para que o mesmo tenha um destino correto, promovendo assim uma diminuição dos impactos gerados pelos mesmos.
O acondicionamento é de responsabilidade direta da população. O acondicionamento inadequado ou impróprio oferece os meios para proliferação principalmente de moscas, ratos e baratas. Bem como a contaminação do meio ambiente.
Existem várias maneiras de acondicionar os resíduos sólidos, conforme discriminação abaixo:
-Resíduos domiciliares/comercial (recipiente plástico/metálico/borracha, plástico)
-Resíduos de varrição (sacos plásticos, basculantes, contêineres).
-Feiras livres/eventos (basculantes, contêineres, tambores, coletores) Entulhos (contêineres).
Sobre a identificação a melhor maneira é identificar os tipos de resíduos usando os símbolos de alerta. Conforme a seguir.


GRUPO A (Infectantes) .............................................................................
GUPO B (Químico )...................................... .....................................
GRUPO D Lixo Comum (ou reciclável) ....................................
GRUPO E (perfurocortante) .......................................................

Uma vez bem identificados, fica mais fácil para o poder público encaminhar cada um deles ao destino certo. Lembrando sempre que o destino dos resíduos é por conta do poder público, e somente em casos de não realização da coletas seletiva por parte deste poder, fica o produtor do resíduo responsável em dar um destino correto ao mesmo.


5.0 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades desenvolvidas na Styllu’s Cabeleireiros e Estética visaram conscientizar sobre os perigos que podem ocorrer às pessoas, e ao meio ambiente, se os resíduos gerados pelo salão de embelezamento não forem bem acondicionados. ( Anexos figura nº 2)
Através do monitoramento e catalogação dos materiais, classificação quanto ao grupo aos quais pertenciam, esses resíduos foram identificados e separados conforme as normas do CONAMA, quanto a sua categoria: Grupo A (infectantes) cutículas, algodão com sangue, palitos de laranjeiras e plásticos usados para depilação; Grupo B (químicos) embalagens de tinturas, bisnagas, vidro de esmalte, spray; Grupo D (lixo comum) embalagens em geral, copos descartáveis , restos de varrição, papel higiênico e cabelo; Grupo E (perfurocortantes) laminas de navalha, pinças.
Uma vez realizada essa primeira etapa, iniciou-se a confecção das lixeiras com suas devidas identificações, sendo que algumas delas foram feitas à partir do reaproveitamento de embalagem de pó descolorante utilizado no salão.(Anexos Figuras nº. 14,15,16)
Há muitas coisas que precisam ser melhoradas, creio que os proprietários farão tudo para realizar as melhorias para as quais foram orientados.
A separação dos resíduos já está sendo feita, mesmo após o término do meu estágio, e já estão sendo providenciados os armários adequados para armazenamento dos produtos químicos, do material de limpeza e dos objetos de uso pessoal bem como a substituição dos copos descartáveis por xícaras de vidro, diminuindo assim a quantidade de resíduos produzidos. ( Anexos figura nº. 11)
Com tudo isso conclui-se que o objetivo fôra alcançado e que os impactos negativos serão minimizados e uma vez isso ocorrendo com certeza o meio ambiente será preservado.


6.0 – Bibliografia
Manual de Saneamento. 3ª ed. – Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 1999.
James, Bárbara Lixo e reciclagem / Bárbara James; Tradução Dirce Carvalho de Campos; revisão técnica José Carlos Sariego. – São Paulo: Scipione, 1997. – (Coleção preserve o mundo).
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9190 – Sacos Plásticos para acondicionamento de lixo, Dezembro, 1993.
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 12808 – Resíduos de Serviços de Saúde, janeiro, 1993.
ABES - Apostila do Curso de Lixo Hospitalar da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - Curitiba - PR 1994.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução Nº. 5 de agosto de 1993. Diário Oficial da União. Brasília, 31 de Agosto de 1993.
Referencial Eletrônico
História da Beleza: http://www.orm.com.br/ . Acesso em 12/10/2008

Resíduos Sólidos: http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/residuos.html . Acesso em 25/09/2008

Embalagens Plásticas: www.bioblue.blogspot.com. Acesso em 20/10/2008

Metais Pesados: www.centrovegetariano.org. Acesso em 14/10/2008.

Metais Pesados: http://www.ajudabrasil.com.brl/. Acesso em 30/10/2008

Segregação dos resíduos: http://www.abes-dn.org.br/ Acesso em 01/11/2008


7.0 – ANEXOS

PESQUISA DE CAMPO

Pesquisa realizada no mês de Outubro de 2008 no Salão de embelezamento STYLLU’S CABELEIREIROS E ESTÉTICA** situado no município de Ivaiporã - PR de propriedade do Sr. Luiz Carlos Regis.
O método usado foi o de amostragem, sendo que os resíduos foram pesados e contados semanalmente.
Constataram-se os seguintes dados:
Cabelo..................................................................................... 8 kg por mês

Lixo reciclável (embalagens de papelão)................................ 1 kg por mês


Lixo químico (tinturas, esmaltes, sprays)...............................1 a 8 kg por mês


Lixo perfuro cortantes ( lâminas , pinça e agulhas)............... de 0 a 100 grs mês



Obs. Estes valores podem mudar de acordo com o mês pesquisado.
** Este estabelecimento é considerado de tamanho médio por possuir duas cadeiras de corte.